sexta-feira, 31 de julho de 2009

De joelhos ralados




Ah, coisas de menino. Menino assustado e acuado pela vida. E que menino, assim, não divida, compartilhe, com medo de perder? É menino assustado. É Peter Pan querendo crescer.

Quando me pede um conselho, a vontade é de colocar no colo e afagar os cabelos, olhando para o teto estrelado. Se fosse meu filho não daria tão certo, ou será que quando o vi não reconheci, sim, de outras vidas o fruto de eu mesma? Sim, portanto, com tal alento me pus a conversar e filosofar. E o menino grande filosofa comigo, esperando a mão quente que o encaminha ao pátio pra andar de balanço. E encontra aquela mão autoritária, régua nas mãos, dando aqueles petelecos clássicos de "sôra", pedindo mais calma, mais vida. O menino olha sério, olhos rasos de lágrimas quentes descendo pelo rosto, percebe que o plano não deu certo, era hora de rever as ideias.

E pasmem, ele analisa, friamente calcula o próximo passo. Chuta e a bola cai para o outro lado da cerca. Tenta correr, mas o tênis estava desamarrado e ele cai, se espatifa no campinho de areia, e as lágrimas se intensificam com a queda. Vem cá, ela diz, te ajudo a levantar, mas não esqueça que o tênis sempre desamarra. E a bola de couro rola rua abaixo, o menino fica rubro de raiva e pensa: "que a bola volte sozinha, eu não vou buscar". A bola continua descendo, vertiginosamente pela rua abaixo. O menino resmunga que quer brincar, gosta do jogo e se senta num canto! Ah, garoto teimoso, a bola descerá cada vez mais rápido, a não ser que tu sejas mais rápido e corra atrás do prejuízo.

Depois de muito ouvir ele sai desatinado pela rua, desce a ladeira a passos largos, joelhos ralados, alcança o que quer e olha para a rua de volta. Ah, grande lomba a ser subida devagar. De volta à escola, ele pensa, não brincará tão alto e não perderá de novo. A não ser que arrisque todo o bom futebol de hematomas nas pernas, pra brincar, brincar, amar, viver, pensar, correr. E não deixar a bola ir embora de novo.


Ah, menino, não chore.
Tu és sensível e forte, como os super heróis.
Só não deixe de brincar de bola.
A vida passa e a gente nem sente.
E se olhar firme, de repente.
Lembra-te que a velha bola de meia repousa no mesmo lugar.

sábado, 25 de julho de 2009

DESvinculando




Ah, porque todos buscam a liberdade, se na maioria das vezes, se apegam aos outros com tamanho afinco, que por segundos parece, se forem embora, é como se tudo acabasse? Nascemos e morremos sozinhos, sem companhia, mas ainda assim queremos sempre uma muleta para nos sustentar.


Amor, amar, somos sim vinculados a estes dogmas da sociedade. E quanto tempo passamos sofrendo, buscando incansável e sempre, por um amor que julgamos de verdade? O mundo passando em velocidade máxima... e nós ali, patinando na mesma pista de gelo, achando que o sofrimento é nosso e não da 'torcida do Flamengo'. Somos domesticados e adestrados para o amor, como se a regra fosse uníssona, pronta e determinada. Como nestes rótulos de xaropes milagrosos. LEIA BEM A BULA. O amor pode ser prejudicial à saúde. E os efeitos colaterais não são indenizados pelo laboratório.


Que texto mal amado, amor é ouro, brilha como prata, sim, maravilhoso. Contanto que possamos administrar bem as doses, lembrando sempre que o elixir é para a saúde do nosso corpo e não para deixá-lo mais doente. E como a paixão é apenas um sintoma, não queira buscá-la a vida toda. Paixão evapora como água na chaleira. Mas se deixar em fogo alto, contradizendo os demais, dura mais.


Ah, quisera eu o mundo dos contos de fada.
Mas nele não existem jornalistas como eu, então, quem irá cobrir o casamento de Cinderela?
O mundo real pode ser mais divertido.




domingo, 19 de julho de 2009

Impossível não surtar - Parte I




Todos temos motivos diários para surtar (do verbo entrar em parafuso - cavocar o cérebro - bater o tico e o teco). Mas NENHUM é mais forte do que enfrentar o pior dos martírios diários de um ser humano. A destemida e temerosa BR 1 - 1 - 6. Sim, ela mesma, comprida que dá dó, repugnante como ela só. Uma via estreita, mal conservada, estupidamente o local favorito - e único - para se cruzar o Vale do Sinos à Capital. B e R, como tal, devem ser as iniciais de Bomba Radioativa, já que seus efeitos diários, ao longo do período, são máximos na arte de estressar um ser humano.


E aqui nem enquadro os bebuns desgraçados que bebem uns goles a mais e - diabos! - sempre se safam na hora de um acidente, matando invariavelmente um inocente - que de tão tolo não se ofereceu pra dirigir. Ou simplesmente estava na hora errada, no lugar errado, como amarrando os sapatos debaixo de um guindaste. Ah, a facínora rodovia da morte, sempre adorando engolir os que misturam álcool e direção, ou que por um tropeço do destino cruzaram com um da espécie. São os favoritos dela.


Mas fora este item, me refiro aqui à barbárie dos congestionamentos, provocados pelo bem aventurado financiamento de veículos que cresce vertiginosamente no Brasil. Sim, comprar um automóvel está cada vez mais fácil. Faça prestações em 5 anos e terás um carro 0km, cheirinho de novo que demora a sair. Mas não esqueça que terás que expô-lo a esta estrada do inferno. E a todos os seus acessórios:


- Os motoristas JUCAS e seus braços curtos, andando a 60km/h na pista da esquerda e freando o veículo na frente da Polícia Rodoviária Federal. Por favor, avise a todo motorista JUCA que vc conhece que aquilo é um contador de veículos e não um radar; os que estão aprendendo a dirigir; os desorientados, que não sabem em que viaduto entrar e ficam reduzindo em cada um que se aproximam; e os condutores de ônibus sonsos, que não precisam ser um do Centralão, mas também não precisam abusar da paciência do passageiro.


Culpa de quem comprar um carro?????? Oh, Deus, é claro que não!!!!! Culpa deste maldito governo que não planeja o crescimento desenfreado da frota e que bem dizemos aqui no interior, "querendo enfiar Porto Alegre dentro de Novo Hamburgo". Se a BR 448 vai sair do papel e o trem vai chegar em NH... só o bom Deus sabe. Até lá, vamos convivendo com este calvário, desejando do fundo do coração que a BR - sim, a bomba radioativa - caia bem no meio da rodovia, explodindo tudo e trazendo a sensação de caos máximo, porque assim a gente vive, comenta, registra e depois esquece. Já que doses homeopáticas de terror... Ninguém merece.


sábado, 11 de julho de 2009

Sarney pra se coçar

Já reparou como as pessoas passam boa parte do tempo lamentando a realidade brasileira? Dizendo a si mesmas que poderiam ter feito algo diferente. "E se eu tivesse sido assim... agido assim... pensado assim...". E aí por diante, para trás como um dvd sem rumo, rodando no aparelho, como se pudéssemos escolher as cenas, em um menu gigante. Será mesmo que a vida não teria mais graça (ou desgraça) se nos permitíssemos o poder de colocar em prática nossas escolhas?


Alguns hipócritas dizem que votam bem. Afinal, cada um pensa como tal, não há ordem cronológica de pensamentos semelhante no mundo, e a política, como nossa existência, é esta grande confusão. Ou não.


Mas ninguém age. Agir no sentido de eliminar insetos em nosso futuro, enquanto o presente é podre. O Sarney, aquele demente sovina, é um deles. Faz o que bem entende com o nosso dinheiro, a gente reclama nas rodas de cerveja, no ônibus, na padaria, no jornal. E? E pra que porra serve isso, se quando as eleições se aproximam, bancamos atores do melhor da sétima arte: o cinema mudo. E pasmem, fazemos isso com aquele ar nos pulmões. "Não voto em ninguém porque ninguém presta!". Clap. Clap. Clap. Congratulations.


Isso mesmo, Senhores! Sejamos os cegos que enxergam e não querem ver. Os cegos do castelo (é, este mesmo, o castelo dos bem aventurados). Os fanfarrões que votam em branco, porque é disso que o Senado precisa. De um bando de ignorantes semianalfabetos, orgulhosos de suas mentes vazias! Continuemos a colocar nas páginas de jornais nossas opiniões furadas, cobrando do governo que nós mesmos colocamos lá. A corja não está no executivo, no legislativo. Nos mais de 500 Deputados Federais que mamam nessa grande teta, do leite que nós pagamos. A corja está do outro lado da urna, em nossos dedos pressionando teclas a favor de bandidos. E achando bonito (Isso aí!!!!!) o que fazem com nosso salário de bosta. Do salário que optamos ter.


E então, quando a Copa do Mundo chega, o brasileiro se aguarra ao seu patriotismo barato pra torcer pela seleção do país do futebol. Bandeiras amarelas e camisetas conhecidas entram em campo, no cenário mais amoroso de todos os tempos. E como somos apaixonados!!! Gastamos o que não temos nos pacotes de tv a cabo, somos os brasiburros, orgulhosos de nosso país, cada vez mais sujo.


Um grande viva à putrefação coletiva!
Hey. Ho. Let´s go.



domingo, 5 de julho de 2009

Com quem será? Com quem será?






Que a Cris vai casar? Bueno, enquanto espero com ansiedade pelo enlace de meus queridos amigos Nessinha e Maicon, aqui vão as sugestões que me tiram o sono: com quem será que devo casar? Ajudem-me.
1. O chifrudo. É mais prático, já vem corno.
2. O gordo bebum. Chega em casa e dorme.
3. O velho. Morre logo, me deixa a herança.
4. O rato. Não preciso perguntar: "Você é um homem ou um ..."?
Ó. Dúvida Cruel.