domingo, 19 de julho de 2009

Impossível não surtar - Parte I




Todos temos motivos diários para surtar (do verbo entrar em parafuso - cavocar o cérebro - bater o tico e o teco). Mas NENHUM é mais forte do que enfrentar o pior dos martírios diários de um ser humano. A destemida e temerosa BR 1 - 1 - 6. Sim, ela mesma, comprida que dá dó, repugnante como ela só. Uma via estreita, mal conservada, estupidamente o local favorito - e único - para se cruzar o Vale do Sinos à Capital. B e R, como tal, devem ser as iniciais de Bomba Radioativa, já que seus efeitos diários, ao longo do período, são máximos na arte de estressar um ser humano.


E aqui nem enquadro os bebuns desgraçados que bebem uns goles a mais e - diabos! - sempre se safam na hora de um acidente, matando invariavelmente um inocente - que de tão tolo não se ofereceu pra dirigir. Ou simplesmente estava na hora errada, no lugar errado, como amarrando os sapatos debaixo de um guindaste. Ah, a facínora rodovia da morte, sempre adorando engolir os que misturam álcool e direção, ou que por um tropeço do destino cruzaram com um da espécie. São os favoritos dela.


Mas fora este item, me refiro aqui à barbárie dos congestionamentos, provocados pelo bem aventurado financiamento de veículos que cresce vertiginosamente no Brasil. Sim, comprar um automóvel está cada vez mais fácil. Faça prestações em 5 anos e terás um carro 0km, cheirinho de novo que demora a sair. Mas não esqueça que terás que expô-lo a esta estrada do inferno. E a todos os seus acessórios:


- Os motoristas JUCAS e seus braços curtos, andando a 60km/h na pista da esquerda e freando o veículo na frente da Polícia Rodoviária Federal. Por favor, avise a todo motorista JUCA que vc conhece que aquilo é um contador de veículos e não um radar; os que estão aprendendo a dirigir; os desorientados, que não sabem em que viaduto entrar e ficam reduzindo em cada um que se aproximam; e os condutores de ônibus sonsos, que não precisam ser um do Centralão, mas também não precisam abusar da paciência do passageiro.


Culpa de quem comprar um carro?????? Oh, Deus, é claro que não!!!!! Culpa deste maldito governo que não planeja o crescimento desenfreado da frota e que bem dizemos aqui no interior, "querendo enfiar Porto Alegre dentro de Novo Hamburgo". Se a BR 448 vai sair do papel e o trem vai chegar em NH... só o bom Deus sabe. Até lá, vamos convivendo com este calvário, desejando do fundo do coração que a BR - sim, a bomba radioativa - caia bem no meio da rodovia, explodindo tudo e trazendo a sensação de caos máximo, porque assim a gente vive, comenta, registra e depois esquece. Já que doses homeopáticas de terror... Ninguém merece.


Um comentário:

Cypri disse...

A BR? É o Brasil resumido :P o comportamento dos motoristas (e até dos pedestres que atravessam correndo do nada) não é o mesmo do cotidiano fora dos carros? Uns no seu lugar, outros tentando passar por cima, uns se enfiando onde não devem e, quando acontece um acidente em uma via, a outra toda pára porque, apesar de desobstruída, todo mundo que passa ali quer ver o que aconteceu lá do outro lado. TRISTE um povo desses.