segunda-feira, 7 de setembro de 2009




A gente pode impedir tudo nesta vida. Podemos impedir os sonhos, podemos impedir a amargura, a vingança, a inveja, o livre arbítrio do mal. Nós podemos. E não podemos deixar. Mas se há algo nesta vida que não podemos impedir é o nascer do sol. Sim, todos os dias, mesmo que o tempo esteja nublado e fechado como nosso coração, por vezes. Sim, ele nascerá, perfeito em sua forma, o grande círculo de fogo, o maior de todos os milagres. Porque se eles existem, o nascer do sol é um deles. Quiçá o principal.

Talvez por nunca ter assistido ao nascer do sol - o pôr dele várias vezes - eu jamais tenha entendido o que ele significa. Ele está ali gritando com seus raios - bem vindos a um novo dia - e é como se sua vida chegasse em branco. Brilhante em uma folha de gramatura intensa, pedindo histórias para contar. E são tantas as histórias no mundo, que o sol já apenas as absorve e as delega de volta com um brilho que atravessa a alma. O sol é o mais puro reflexo da renovação, até mesmo do que já parecia velho e perdido. E com o poder dele, uma centelha sempre é acesa no coração daqueles que acreditam que:

A vida não é mecânica e sim sentimental.

O mundo não está perdido, ao contrário das profecias.
Sempre um motivo a mais para sonhar, buscar, viver.
Não há problema maior que o nosso, nem a capacidade de o resolvermos.
O universo que nos é vendido é ilusório, como qualquer desespero momentâneo.


Que há apenas o perfeito nascer e pôr do sol, com seu mecanismo perfeito.
Nem antes e nem depois, como tudo na vida.
Com hora certa para acontecer.
Hoje me dia valeu à pena.

Hoje eu fui dormir vendo o nascer do sol.

Um comentário:

Diegonzo disse...

é...
e meu amigo tirou a própria vida sem poder ver o sol do outro dia...
talvez ele tenha se arrependido, como muitos de nós temos a chance de fazer, mas era tarde demais... somente talvez...
o sol é o útero da humanidade

bem descrito!
e não posso esquecer da saudação de raulzito a cada dia : "bom dia, sol"