sábado, 23 de maio de 2009

O perdão




"Pai, perdoai, eles não sabem o que fazem".

Dizem que Jesus disse isso, não sei, não estava lá para gravar na coletiva de imprensa. Só sei dizer que se Jesus disse mesmo, ótimo, pois no mundo só ele mesmo poderia ter dito.


Não gosto e nunca gostei da palavra "perdão". Ela sempre coloca o outro (o que perdoa) na posição de superior. O "perdoado" é o pecador, o infrator, o mal feitor. E a gente se sente entrando em histórias bíblicas. Ah, a Bíblia, o livro que alguém escreveu e chamou de Santo. Leituras cansativas, palavras escolhidas pela Igreja Católica (opa, opa, que de Santa não tem NADA). E aí, todo mundo acreditou. Fé por fé, prefiro a minha, obrigada.


Mas fato é fato, dizer "eu te perdoo" deveria ser proibido. Espere, quem é você para perdoar? Santo Expedito? Santa Rita de Cássia? São Cristóvão, talvez? Espere, que posição é essa que você assumiu de perdoar alguém, como se nunca tivesse errado? Como se o mundo fosse perfeito, e tão somente para você? Ora, perdoe a si mesmo. Olhe para dentro de si, e tente entender o que eu também não entendo.


Se tens o passado limpo, não esqueça que ainda há um futuro.
E se ainda assim estiver tudo desinfetado, olhe com atenção.
Só os SEUS olhos veem a perfeição.

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