domingo, 7 de setembro de 2008

A capacidade de (re)nascer.




A vida é um "troço" esquisito.


Ninguém nos chamou pra vir aqui. Simplesmente te tiram do nada e te colocam no mundo. Sem prévio aviso, sem autorização de imagem, sem saber de onde veio, pra onde vai. Você nasce manchada, branca, tremendo, com pouco cabelo e berrando. Que belo começo, afinal.

Os anos passam e você se questionando todos os dias: mas que * estou fazendo aqui?

Os anos passam ainda mais. Você vê as pessoas, gosta, de outras não. Mas você está no jogo, não? Tem que mover as peças suavemente, porque qualquer vacilo te empurra pra outro caminho. E talvez seja este um caminho que você deseja, mas outros não. Mas você está ali, empurrado a diversas decisões, que em uma hora parecem as melhores. Em outras... não.

Os anos te roubam a inocência, a felicidade singela, as artes, as brincadeiras. O sorriso singelo dá lugar a algumas rugas. Pague as contas, lave a janela, limpe a vidraça, compre uma casa, morra pagando ela.

E quem inventou o amor mora em frente a quem inventou a dor. Por isso, em janelas tão próximas, eles ficam flertando. Sempre, esperando por respostas um do outro. A dor e o amor, o amor, a dor. Amador?

Pisque várias vezes ao nascer e exercite sua capacidade de abrir os olhos. Porque no conto de fadas da vida, só uma coisa é certa: a página em branco é a mais correta.

Porque detém o vazio.
E também a possibilidade de uma nova pintura.


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