segunda-feira, 1 de junho de 2009

Porque o 1° mundo é aqui




É, continua o mistério. Onde foi parar o A330 da Air France? Sabe-se lá.


Mas este acidente quase me lembrou um dia frio de julho, mais precisamente um dia 17, há dois anos. A cena era praticamente a mesma da vista hoje no aeroporto do Galeão. Parentes desesperados, angustiados por falta de notícias. Eu disse quase. Quase.


Porque hoje, enquanto a imprensa se esbofeteava pela notícia mais esperada, a lista de passageiros, os familiares já iam sendo avisados, um a um. Sem alarde, sem sensacionalismo, sem qualquer tipo de constrangimento. Não se sabia quem era amigo/parente de quem. E isso porque o voo nem havia sido incluído nas estatísticas de acidentes aéreos. Tudo na mais absoluta discrição. E enquanto a França mexia seus pauzinhos, o Brasil já disponibizava caças, navios e todo uma parafernália para a localização da aeronave.


Do outro lado do Planeta, estava o indefectível Nicolas Sarkozy, presidente de France. Um verdadeiro chefe de Estado, que pessoalmente foi ao aeroporto Charles de Gaulle, em Paris. Foi falar com os parentes das já sepultadas (no mar) vítimas. Quis dizer frente a frente que estava tudo, sim, perdido.


Da mesma forma que as pessoas se aglomeravam em frente ao guichê da TAM, no Salgado Filho, lá em 2007. Era um grito para aqui e um palavrão para lá. Um desespero que pesava até nas costas de repórteres que como eu, só estavam ali para confirmar listas de passageiros, trocar uma ou outra palavra com alguém. E enquanto isso, com o mesmo respeito de Sarkozy (aham), Milton Zuanazzi, ex-presidente da ANAC, "se fazia de louco", como bem dizem no Sul. Informação que era bom, nada. E mais uma vez, num exemplo de como as coisas funcionam bem no Brasil, os familiares foram colocados numa salinha e pela Rádio Gaúcha ouviram os nomes de seus parentes. Psicólogos? Atendimento? Ná. Pra quê?


E antes que me perguntem se o Lula compareceu, esqueçam, é óbvio que não.
A pergunta que não quer calar É: alguém lembra de Luis Inácio investigando de perto ou mandando o pobre do Alencar acompanhar de perto investigações sobre um desastre aéreo?


Uhum. E é por estas e outras que os acidentes da Gol, em 2006 e da TAM, em 2007, continuam do jeito que estão. Um desastre.


É por isso que eu amo o Brasil.

Um comentário:

Cypri disse...

Pelo menos ele tá se pronunciando agora!