domingo, 15 de março de 2009

Já pensou como seria bom?




Se o chão da nossa casa fosse de grama verde sempre cortada. Se ao pisar nela a gente sentisse a força da natureza sobrepondo a do piso e sua frieza. Se a sensação da grama fosse a primeira do dia. Se o verde se espalhasse na casa inteira.


Como seria bom se o sol fosse diário e intercalado com pequenas chuvas pra refrescar. Se a neve estivesse presente no ano inteiro, com flocos para brincar. Se o vento fosse quente no final de tarde pra soprar indiadas de bicicleta. Se cada um tivesse uma temperatura de acordo com o humor, chuva pra ficar em casa e descansar. Sol pra sair na rua e respirar.


Ah, como seria bom se a música fosse constante em nossos ouvidos, se embalassem o nosso sonho e o nosso despertar. Se os acordes fossem todos em um violão, que infiltrasse nos nossos tímpanos e num ímpeto de loucura plena, as pessoas dançassem na rua, despreocupadas com os olhares alheios.


Se o bom dia fosse obrigatório, se fôssemos menos rabugentos e arrogantes. Se o preconceito não morasse na nossa mente e se a gente tivesse mais tempo pra observar. Se o fim do dia fosse no campo, olhando o pôr-do-sol. Se a gente pudesse deitar numa rede e repensar as últimas 24hs. Se o orgulho não fosse tão grande, se o ego fosse apenas uma peça de lego. Se a sede de aprendizado morasse em todos nós. Se nossa mente fosse sem fronteiras.


Se o seriado Chaves voltasse ao horário normal e a gente voltasse ao lúdico, ao simples. Se as piadas fossem sempre as mesmas e nós pudéssemos esperar ansiosos pelos episódios mais raros. Se a televisão tivesse de novo qualidade, sem a feira livre das atrociadades. Se os comerciais não quisessem vender o mundo para as crianças, se o lixo não estivesse acima do conteúdo.



Se a porta não tivesse tranca automática.

Se os ônibus tivessem 100 lugares.

Se os motoristas não dormissem ao volante.

Se os as pessoas tivessem (de forma verdadeira) o direito constitucional à saúde.

Se o INSS descontado da sua folha de pagamento servisse para alguma coisa.

Se aquela moedinha de 10 centavos não faltasse quando você mais precisa.

Se crianças não precisassem destas moedas na sinaleira.

Se a gente pudesse dormir de janelas abertas.

Se o amor não tivesse nome e sobrenome.

Se a gente abrisse o coração com mais facilidade.

Se a vida fosse menos complicada e mais adorável.


E se a gente entendesse que tudo acima depende do nosso ponto de vista. E da nossa vontade pra se tornar realidade.


A vida não disponibiliza nada além do que a gente realmente quer.

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